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Na época que deuses ainda andavam na terra, a divindade que hoje veneramos como Rex Lapis era apenas um entre muitos.
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Naquela época, corria o boato entre o povo de que o Arconte Geo era um deus frio e insensível. A sua conduta era justa em todas as coisas e seus julgamentos eram racionais e imparciais, mas carecia de piedade. Como as rochas, ele não tinha calor ou suavidade.
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Apesar disso, as pessoas o reverenciaram e depositaram nele sua fé de qualquer forma. Isto porque suas leis serviam para garantir que o comércio fosse justo e que a vida fosse segura e ordenada. O Arconte Geo cresceu em força e prestígio por causa da crença do povo nele.
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Mas até mesmo deuses são incapazes de controlar as crenças e dúvidas de seus seguidores mortais.
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E ainda que um deus seja um guardião da justiça, ele não tem nenhuma forma de inculcar suas regras nos corações de cada indivíduo.
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Na Vila Mingyun havia um artesão de jade incorrigivelmente irreverente que adorava brincar. Qualquer que fosse a missão que assumisse, ele a completaria da forma mais surpreendente, e sempre terminaria a missão no último dia antes do prazo.
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Se o cliente pedia uma estátua de um caçador dominando uma besta, ele receberia uma estátua de um javali correndo desesperado por sua vida.
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E quando o cliente demandava uma explicação, ele dizia:
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"Quando um caçador formidável cerca sua presa ele pode não mostrar seu rosto, mas sua presença imponente é suficiente para assustar ela."
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Se o cliente pedia um entalhe de um poderoso líder, ele provavelmente receberia uma estátua de um trono majestoso.
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E quando lhe perguntavam por que, ele respondia:
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"Nenhum líder senta em um trono por mais de cem anos. O trono viverá mais que ele."
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O artesão de jade rapidamente desenvolveu uma reputação de excêntrico na Vila Mingyun. Mas os ricos comerciantes do próspero porto comercial do Porto de Liyue ficaram intrigados e estavam muito dispostos a fazer encomendas com ele - nem que fosse para experimentar por si mesmos como era estar do lado receptor das artimanhas deste vigarista.
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Uma noite, uma mulher veio até sua oficina.
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Ela usava um vestido negro e seus olhos tinham um tom de âmbar sob a luz da lua no céu noturno de Liyue.
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O artesão nunca a havia conhecido antes, mas rapidamente se encontrou em profunda conversa com ela. Era estranho, ela parecia conhecer cada uma das veias de minério e depósito de jade da aldeia. Ela falava das maravilhas do mundo como se fossem suas irmãs, e falava de jade e metais preciosos com um carinho que normalmente se reservaria para uma filha amada...
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Os únicos tópicos que ela raramente falava eram sobre cultura, costumes e interações sociais.
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Talvez ela não soubesse dos costumes do mundo, ou talvez não desejasse discuti-los. De qualquer maneira, tinha certamente algo fora do comum a respeito dessa mulher.
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Pelo menos, isso era o que o artesão pensava.
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"Eu quero que você faça uma Placa de Jade com uma imagem do Arconte Geo."
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A mulher finalmente disse seu pedido quando a conversa deles havia terminado, e estava pronta para sair.
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"Mas eu tenho uma condição: você não poderá entalhar a representação do Arconte de sua imaginação, você deverá fazê-lo dependendo do que viu com seus olhos."
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"Caso contrário, não pagarei uma Mora sequer."
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Desta maneira, os dois fizeram esse acordo, e a peça deveria ficar pronta dentro de três dias.
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No primeiro dia, o artesão jantou e bebeu com seus amigos. Ele não aceitou nenhum novo trabalho naquele dia.
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No segundo dia, o artesão subiu a montanha para procurar o jade. Não viu nenhum cliente ou conhecido durante todo o dia.
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No terceiro dia, o artesão fechou as portas de sua oficina e começou a entalhar, trabalhando do nascer do sol até o crepúsculo, até que finalmente estivesse completo.
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Quando a luz da lua crescente surgiu no céu noturno de Liyue, a mulher com olhos de âmbar retornou e aproximou-se de sua porta.
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O artesão entregou orgulhosamente os frutos de seu trabalho.
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Uma Placa de Jade contendo um entalhe de seu deus, numa forma feminina.
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A mulher não entendeu, franziu seu rosto e pediu uma explicação.
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Essa foi a explicação que ele deu:
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"No primeiro dia, busquei conselhos de toda pessoa sábia que conheço, e aprendi os princípios do Arconte Geo e como eles funcionam, mas isso era apenas o esqueleto."
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"No dia seguinte, visitei as montanhas e passei um dia inteiro observando as rochas da montanha, ouvindo a vazante e o fluxo dos elementos e refletindo sobre tudo o que nosso Arconte Geo tinha criado. Mas isso eram apenas sangue e corpo."
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"No terceiro dia, fechei meus olhos e comecei a entalhar seguindo meu coração, iniciando na hora que pensei que era apropriada, parando quando era hora de parar. Isso era o espírito."
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O artesão riu estranhamente, e continuou:
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"Mas até mesmo eu não sei por que saiu desta forma."
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A mulher balançou o item em sua mão, como se contemplasse alguma coisa.
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"Interessante. Isso me lembra outra história..."
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Ela olhou para ele com seus olhos de âmbar e começou a contar a história... |