2022-04-24 14:49:08 +05:30

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Quando o dia aclarou, o jovem acordou lentamente.
Na floresta envolvida por lendas, brilhava a névoa branca da alvorada, como uma cauda de cavalo esvoaçante.
A mulher segurou sua mão, e juntos caminharam em direção ao lugar onde o sol perfurava a floresta. Eles viraram à esquerda, depois à direita, passando pelo matagal repleto de insetos, escalando sobre as pedras escorregadias cobertas de musgo, descendo um desfiladeiro escondido pelas sombras das árvores de bambu. Todo o caminho ela o conduziu, até chegar à saída da floresta de bambu.
"Eu ainda não sei de onde você vem e qual o seu nome ou apelido."
Perguntou o jovem, que ainda estava interessado na história de ontem.
"..."
A mulher girou a cabeça e ficou de costas para a luz do amanhecer, os seus olhos reluzindo aquela luz dourada.
Ela apenas sorriu para ele. Não disse nada.
Muitos anos depois, o menino que já não era mais menino não se lembraria mais daquele momento e entenderia: a lacuna entre eles era como um abismo aberto. Seu destino era deixar sua casa e ir para o porto de Liyue, em busca das riquezas que o Arconte Geo concedeu a ele. A sua, então, era esconder-se, longe do olhar majestoso e gentil daquele grande Arconte Geo, e proteger aqueles contos antigos que até ela estava começando a esquecer.
E, assim, o jovem e a mulher vestida de branco e de olhos dourados seguiram caminhos diferentes.
Ele empacotaria suas coisas e seguiria para aquela próspera cidade portuária, enquanto ela permanecia em silêncio nos limites da floresta de bambu. Pois em seus olhos encantadores ela parecia já ter previsto o destino do jovem - que um dia, quando ele estivesse velho, cansado do mar e das ondas da vida, ele retornaria lentamente a esta aldeia na montanha, e lá viveria o resto de seus dias.
Entre as nuvens do amanhecer, o jovem ouviu um relincho e um som de galope distante.
Quando se virou para olhar para trás, nada havia. Apenas viu que em seu ombro caiu uma mecha de crina branca.