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- Luz da Lua -
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A lenda diz que na cidade, há uma esquina que o vento esqueceu.
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Se você ficar na frente da fonte e fechar os olhos, esperar que o coração bata trinta e cinco vezes, dar sete voltas ao redor da fonte no sentido horário, seguido por sete no sentido anti-horário, no final, ao abrir seus olhos, descobrirá que chegou a uma pequena loja.
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"Com licença, tem alguém aí?"
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Veiga perguntou timidamente.
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A porta fechou após ela passar. O sino acima da porta emitiu um som claro, cortando através da mal iluminada sala.
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Os fracos raios de luz do crepúsculo penetravam gentilmente pelo vidro congelado das janelas das caixas de exibição. Pilhas de objetos curiosos preenchiam toda a sala. Veiga abria caminho pela loja cuidadosamente, temendo pisar em algo e quebrar por acidente.
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Não se escutava nenhum ruído.
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Veiga começou a examinar os objetos ao seu redor mais atentamente: um componente mecânico obscuro, uma ornamentada e antiga lira, um azulejo de cerâmica quebrado com ilustrações incompreensíveis, um par de velhas algemas, amassadas e arranhadas devido aos anos de uso, uma coroa esquecida que uma vez pertenceu a um aristocrata.
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Enquanto olhava estes objetos aparentemente inúteis, a vendedora apareceu ao seu lado. Os olhos dela eram como os de uma raposa, com pupilas longas e esguias no seu centro.
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"Aquela presa pertenceu a um Rei Lobo. Com exceção dos deuses, é provavelmente a única coisa que lembra como era essa terra, completamente coberta de gelo e neve".
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Disse ela suavemente,
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"Seja bem-vinda. Há algo que chama sua atenção?"
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"Você tem alguma coisa que possa fazer uma pessoa... Esquecer?"
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"Sim, claro."
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Veiga agarrou seu peito e perguntou:
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"É possível esquecer ainda que seja uma pessoa muito, muito importante?"
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A expressão da vendedora com olhos de raposa ficou séria, e ela acenava com a cabeça enquanto falava:
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"Eu sei que aquele que você deseja esquecer é um jovem com olhos límpidos, claros como o luar. Ele desapareceu há muito tempo e deixou um profundo buraco em seu coração. Nada mais pode preencher esse buraco... Todas as outras bênçãos, não importa o quão alegres eles possam ser, sinta-se evasivo e fora de seu alcance... Assim como o luar diante de seus olhos."
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Veiga estava chocada, apenas podia concordar balançando a cabeça continuamente.
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A vendedora de olhos de raposa sorria e, do nada, tirou uma garrafa de vinho.
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"Este é o vinho que pode fazer as pessoas esquecerem o sofrimento."
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"Muito tempo atrás, na época que os ventos gelados sopravam, nossos antepassados criaram esse vinho secretamente, bem debaixo da terra congelada, para lhes dar força para continuar sobrevivendo. O método que eles usaram para fabricar esse tipo de vinho foi perdido quando o destino desse povo melhorou, e suas vidas se tornaram mais felizes."
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Ela balançava a garrafa de vinho de um lado para outro.
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"Não tem muita coisa sobrando. E como parece que você tem uma afinidade com essa loja, essa daqui será de graça. Claro, se esse for seu verdadeiro desejo..."
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Veiga aceitou a garrafa de vinho da vendedora com olhos de raposa.
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O cálice deve ter sido adornado com uma pedra preciosa. Mas ela havia sido removida, e agora a única pista para sua existência era o entalhe vazio que havia ficado em seu lugar.
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Quando Veiga voltou aos seus sentidos, percebeu que estava de frente para a fonte.
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Hã? O que eu estou fazendo aqui? Ela pensou. Sob a luz da lua, ela rapidamente retornou para casa. O crepúsculo já havia passado há muito tempo, se não retornasse em breve...
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Ela não conseguia se lembrar de nada, seja da estranha loja, como chegar nela, ou do que aconteceu.
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"Ela já foi embora."
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Quando o som do sino da porta fechando finalmente parou, a vendedora com olhos de raposa disse.
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Um homem jovem, com olhos claros e brilhantes como a luz da lua entrou pela parte traseira da loja.
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"Obrigado."
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"Quantas vezes ela já veio?"
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"Seis... Sete vezes." O jovem hesitantemente perguntou: "Esse vinho realmente funciona? Não é que eu não confie em você, mas..."
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A vendedora apenas sorriu, sem comentar nada.
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"Ele pode fazer as pessoas esquecerem suas dores. Mas para ela, a história de vocês não é de sofrimento. Este vinho também só permitirá que ela esqueça você temporariamente, e a dor de perder você."
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"Sempre que ela ver o luar, ela verá você refletido nele, e as memórias começarão a voltar... O tempo que vocês se conheceram em Ludi Harpastum, a tarde passada sob a árvore na Origem do Vento, a vista do Cabo do Juramento, o tempo que vocês saíram furtivamente das comemorações do meio do verão juntos, de mãos dadas, a canção e a capa de penas que você ofereceu a ela na assembleia dos bardos viajantes... Todas essas são memórias das quais ela relutará em se separar."
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"... Eu tenho outra garrafa de vinho que realmente pode fazê-la esquecer de tudo. Se for isso que você deseja, eu posso dar a ela essa no lugar da outra?"
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Ela riu levemente, olhando para o jovem. Depois de muito silencio, ele suspirou.
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"No final, por que você está determinado em deixá-la?"
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"Ah, bom... por isso."
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O jovem homem pôs a mão no bolso de sua camisa e tirou um objeto esférico feito de cristal. Era possível discernir símbolos desconhecidos que brilhavam dentro dele.
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"Eu ouvi dizer que pessoas que recebem isso um dia desaparecerão deste mundo."
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"Já que é este o caso, quanto mais cedo eu sair, melhor. Ela ainda é jovem, se ela esquecer de mim agora, ela ainda terá tempo."
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"Quem diria..." Disse a vendedora, rindo, "Você também é um dos escolhidos."
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"Mas, você sabe o destino dos escolhidos?"
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O jovem perguntou ansiosamente.
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Ela olhou para ele com um sorriso forçado, mas não respondeu.
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"Eu também devo ir andando. Agora que sou o dono dessa coisa, imagino que devo fazer o que se espera de mim."
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"Se aquela jovem vier de novo, o que devo fazer?"
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"Pois bem, deixemos ela para superar isso sozinha."
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"Você é realmente um homem sem coração." |