2022-04-24 14:49:08 +05:30

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Enquanto ele olhava a imagem fraturada da Lua carregada pelas ondulações das Águas Termais, o jovem derramou seu coração nela.
Ela aprendeu muitas coisas com suas palavras.
E de seu silêncio, ele fortaleceu sua confiança em si mesmo.
A Fada da Fonte entendeu vagamente que existia bem no mundo além da luz do luar e das frutas, e mais escuridão que meras nuvens.
O garoto falou para ela de florestas e árvores, cidades e muralhas, e ela compartilhou com ele suas alegrias, tristezas e medos.
À medida que o ouvia, ela se fascinava cada vez mais com esse mundo imperfeito que havia nascido.
Quando o menino ficava frustrado com sua impotência, a Fada da Fonte enxugava suas lágrimas com suavidade e silêncio. Através das lágrimas dele, ela passou a entender um pouco mais o mundo fora da fonte.
Ela purificou as lágrimas que caíram em um riacho, transformando-as em néctar que trouxe doces sonhos ao menino. Este último esqueceu a dor que ele habitava ao acordar, e encontrou o seu novo amigo em sua fonte do seu sono.
Toda vez que acontecia, a Fada também sorria, dormindo nas Águas Termais envolvida na luz da lua.
O orvalho fresco nutriu os sonhos do menino, e seus sonhos rejuvenesceram a alma só da Fada.
Nesses sonhos, a Fada da Fonte contava ao menino, histórias do distante reino de Hydro. Ela falou de sua pátria azul safira, cantou sobre a saudade do exílio e suspirou por separação e pertencimento. Nesses sonhos, o menino se tornava aquele que ouvia em silêncio, que chorava por seus problemas e que se alegrava com sua felicidade.
Com o tempo, a Fada da Fonte ganhou o poder de falar através das memórias e sonhos do garoto.
Com o tempo, eles se tornaram amigos que compartilhavam tudo.